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Audiência Pública em Ilhéus aprova projeto de lei para tornar o Mico-Leão-Baiano o mascote oficial do município

Foto: Markus Mauthe

Na manhã do dia 31 de julho, das 9h às 12h30, ocorreu na Câmara de Vereadores de Ilhéus uma audiência pública que destacou a importância da preservação do mico-leão-baiano (Leontopithecus chrysomelas). O evento, promovido pela Câmara de Vereadores (Vereadora Enilda Mendonça) e, pela  Iniciativa para a Conservação do Mico-Leão-Baiano, do qual o Instituto Nossa Ilhéus é integrante, culminou na sessão do mesmo dia, na aprovação unânime do Projeto de Lei que institui o mico-leão-baiano como mascote oficial do município de Ilhéus.

O mico-leão-baiano é uma das quatro espécies de micos-leões, todas endêmicas da Mata Atlântica e ameaçadas de extinção. Atualmente, essa espécie encontra-se restrita ao sul da Bahia. Durante a audiência, o professor Leonardo Oliveira, especialista na espécie, apresentou estudos que revelam diversas ameaças ao mico-leão-baiano. Entre elas, estão a redução de árvores de sombra na cabruca, a conversão de cabruca e florestas em cafezais, a falta de implementação de unidades de conservação (UCs) e outras áreas protegidas, a alteração da vegetação natural, a caça de dispersores de sementes, o tráfico de animais silvestres, a mineração de areia e cascalho, a expansão urbana e as mudanças climáticas. Em resumo, a principal ameaça ao mico-leão-baiano é a perda de habitat.

“O micro-leão-baiano está para a Cabruca, assim como a Cabruca está para cacau”, afirmou o professor Leonardo Oliveira, destacando a importância da preservação da espécie para a região. Sua fala antecedeu a aprovação do Projeto de Lei, proposto pela Vereadora Enilda Mendonça, que agradeceu ao professor pela riqueza de conhecimento transmitido e se comprometeu a continuar trabalhando para a implementação efetiva do que a Lei propõe.

A aprovação do Projeto de Lei que torna o mico-leão-baiano o mascote oficial de Ilhéus visa não apenas aumentar a conscientização sobre a necessidade de preservação da espécie, mas também atrair a atenção do Brasil e do mundo para Ilhéus. A vereadora Enilda Mendonça ressaltou também que associar o mico-leão-baiano ao Sistema Agroflorestal Cabruca e à produção de cacau e chocolate de Ilhéus é uma estratégia para impulsionar a economia local e destacar o município no cenário global de conservação ambiental.

Maria do Socorro Mendonça, presidente do Instituto Nossa Ilhéus, participante ativa na audiência, enfatizou a importância de outros municípios da Região Cacaueira adotarem o mico-leão-baiano como mascote, fortalecendo ainda mais a ligação entre o chocolate produzido na região, a Mata Atlântica e a preservação da espécie.

A Lei aprovada, que também institui o Dia Municipal do Mico-Leão-Baiano em Ilhéus, agora aguarda a sanção do prefeito. A expectativa é que essa iniciativa não apenas promova a conservação do mico-leão-baiano, mas também impulsione o desenvolvimento sustentável e econômico da região.

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